MEU PEDAL INESQUECIVEL (CICLOAVENTUREIROS)
5.40 da manhã... o despertador toca insistente.. jogo uma perna pra fora da cama, em seguida jogo a outra... isto espanta a preguiça que o sono traz....
Em dois segundos, já estou em pé e mais meia hora, com o dia clareando,pronta, enfim, pra pedalar...
No caminho, pego o Claudinho, que no dia anterior, teve a infelicidade de ter sua querida bike roubada...
Nós dois ficamos arrasados, mas ele, nem com isso desistiu...pegou uma caloi 10 e enfiou a cara na aventura...
O dia, gelado, ficou mais ainda, quando alcançamos a estrada velha de Santos... uma fina garoa e um nevoeiro leve, marcaram o início da aventura...
Chegamos ao ponto de encontro, onde os cicloaventureiros, montaram acampamento para receber os ciclístas...
Confesso que tenho preguiça de ler algumas coisas...portanto... não li que só naquele dia, tinham 3 ou 4 passeios....
Quando chegamos, nossas bicicletas passaram por breve revisão, feita pelo mestre Ricardo Corbetta.
Fomos apresentados aos guias, cada um, mais simpático que o outro....
Escolhemos o segundo passeio.
No primeiro, o pessoal desce a estrada velha até Cubatão, depois, sobe no pedal.... eita, é bão, pra quem gosta de subida...e pelo que vi, temos muitos mestres escaladores...
O segundo, minha cara...desce, tirando fotos, conhecendo todos os lugares históricos.
A estrada velha continua com todos os seus encantos, seus cheiros maravilhosos, de lírios ainda vistosos, marias sem vergonha às centenas colorindo o chão....
O barulho de dezenas de bicas, transforma a estrada numa sinfonia de música da natureza... macacos, beija-flores, pássaros de cantos únicos, infestam a região, agora bem cuidada, limpa e cheia de informações em suas placas...
Realmente vale a pena...por tudo...
O pessoal da cicloaventureiros, de uma maneira leve, encara tudo com muita responsabilidade... mesmo sabendo que já pedalei aquilo milhares de vezes, veio um monte de recomendação, que eu mesma fazia, quando descia...
Cuidado com as valas, com o limo, com as curvas fechadas... cuidado com os pedestres, que encontraremos pelo caminho. Não jogue lixo, garrafas.... e acabei brincando que na próxima camisa, faria escrito atrás: tire deste lugar maravilhoso, somente fotos,...deixe somente pegadas....
Logo de cara, paramos numa casa, construída em 1.922, que desde criança eu escuto que era refúgio dos amantes mais famosos do Brasil, Marquesa de Santos e Don Pedro, mas há...era balela, tinha sido sim, feita, pelo centenário da independência.... aquela,onde estávamos, funcionava como restaurante, assim como várias outras, todas conhecidas.. aha... por mim, plenamente!!!
Afinal, quem não sabe, já fica sabendo que sou louca pela mata atlântica... o lugar faz com que me emocione de tão belo que é!!!
Numa maquete, vi tudo o que já fiz e ainda, o Cláudio e a Denise, me ajudaram a convencer dois casais a fazer de bicicleta, largar o carro, participar de tudo, do modo mais natural possível...
Bom, hora de dizer adeus e seguir adiante... tinha sol, entretanto era daqueles que não esquentava...
A gente foi descendo placidamente, tirando fotos daqui e de acolá...
De repente, ciclista!!!!
Eram os primeiros, que tinham descido, e agora, com rosto corado, cara de campeão, respiração ofegante, chegavam aos últimos quilômetros de subida.
O sorriso estampado, demonstrava o que nós ciclistas, temos de diferente de outras pessoas...não é que gostemos de sofrer, somente amamos vencer nossos próprios limites...
Deixamos os ciclístas, encontramos os mochileiros... Uma turma de uns 20, todos com cara de tristes (hahahaha) entendiados (hahahahaha) parados, olhando extasiados a vista cheia de bruma, que numa luta algoz com o sol, perdia, paulatinamente, seu reino para o astro rei...
Fomos descendo, e chegamos à casa da maioridade... antes abandonada, cheia de morcegos, agora perfumada, encerada, com banheiros para receber a todos que ali param para descansar... parecida um sonho... ou melhor, que não estávamos no Brasil.
Os guias, simpáticos, atenciosos, risonhos...não...era bom demais pra ser verdade...
Ali, o calor já estava forte, tiramos o casaco, camisa, manguitos... rs...
e continuamos, agora com o ar não tão gelado, mais ainda tão ele, de mata atlântica...
Samambais, bromélias, orquídeas, todas ali, naquele cenário mágico...
Enfim, chegamos à Cubatão, passando pelo Point do Jacaré...e nosso destino, um pouco mais próximo.
Pegamos a avenida e seguimos, num sol gostoso e forte, 20 km de vento..rs...a gente pedalava forte e não saia dos 20 por hora...
Enfim, chegamos a Santos... o cheiro do mar, entrou pelo nariz a dentro.... nos encheu de felicidade, de satisfação...sabe, aquele troço que todo o ciclísta tem pra dar e vender...
Numa mesinha, de frente para o mar, cheio de mesas onde velhinhos jogavam cartas, comemos peixe, conversamos durante uma hora, rindo, olhando o mar, sentindo a brisa, batendo de leve no nosso rosto!
Tudo estava perfeito, e tocamos para o fim do passeio. O vento a favor, nos fez chegar a 27/30 por hora e tudo era festa... Até o Claudinho resolveu comprar terreno e trazer a areia grudada na bike e na roupa...rs...
Mais um ponto para fotografar, onde uma estátua dizia que ali, era o porto de cubatão..e eu que não sabia, aprendi mais uma!!!
No ponto de encontro, a van nos esperava. Meu cat eye marcava 58.500 e eu estava satisfeita, tanto o quanto como quem sai de um banquete!!!
A subida, a medida que nos aproximávamos do ponto,ficava mais frio...
Começamos a colocar o casaco, a neblina voltava... eram 16 horas e o dia se despedia da gente, com um branco em forma de fumaça assustadora....
Ela, a névoa chegou bem perto, escondeu carros, cachorros, pássaros...
Tudo terminado, pegamos uma carona com estes cicloaventureiros fantásticos. Abraçamos nossa guia maravilhosa, a Denise Vida, que tem em seu nome, o amor ao pedal, ligado à vida dela...
Foi um pedal lindo, digno de ser repetido, várias e várias vezes...
Da próxima vez, faço o vagaroso que tem direito à pic nic! quer mais?
Bom, se quer, só tem um jeito!
Agende para os próximos passeios, uma aventura pela estrada velha de Santos, sinta a história no ar, faça parte dos cheiros, dos verdes, da sintonia da natureza conosco.
Fique quieto, escutando o barulho da mata, faça as pazes com a Mãe Natureza, somos todos filhos dela, não é mesmo?
E depois volte, mais descansado, mais feliz, mais rico, pois é como realmente retornamos desse tipo de pedal....
quer saber mais sobre este passeio? entre: www.cicloaventureiros.com.br com Ewerton E Pedro meus cicloaventureiros queridos, que encontrei pela primeira vez, em dezembro de 2009, em Caraguatatuba e por causa da Bike... começamos a conversar!!!
1 Comentários:
Que bacana!
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