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Local: São Paulo, Sudeste, Brazil

Sou dona risada! adoro bike e apesar de mil caidas, ainda não desisti! Quero ficar bem velhinha, andando de bike, nem que seja de cestinha na frente. Adoro ficção e apesar disso tudo,sou formada em jornalismo. Tenho uma confecção de roupas para ciclistas e adoro fazer isso também.

14 março 2010

Wnbr -







Como fizemos o ano passado, este WNBR, era para ser a mesma coisa. Muitos hão de perguntar, o porque disso, se não bagunça, movimento sem pé nem cabeça, gente querendo se mostrar, baderneiros que se misturam.


Talvez seja um pouco disso tudo, mas há também gente séria, na maioria, que está envolvida querendo fazer disso, não um passeio ou uma passeata, mas sim, uma forma diferente de mostrar como é andar de bicicleta na cidade.


Às vezes somos ofendidos, machucados, atropelados, mortos e isso nem sempre é divulgado pelos meios de comunicação.

Sou formada em jornalismo, poucos sabem, muitos desconfiam... rs... e como jornalista, nos é dado o dom da palavra escrita e de transformar isso, numa imagem legível.


Então, no meio daquela agitação total, começamos a ver por onde o trajeto da wnbr iria passar.


Isso, na bicicletada, é sempre meio vago... brinco sempre, que parecemos folhas ao vento... de repente um vai...todo mundo segue, mas de repente, sem mais nem porque, o trajeto muda...


Isso é uma das coisas boas e diferentes que encontramos lá. Se vc nunca foi, fica meio difícil de entender..


Mas enfim, começamos a fazer a mandala, e de repente, o caminho foi indo para a av. Angélica. Enquanto passávamos, as pessoas nas ruas aplaudiam, às vezes nos olhavam de soslaio, mas nunca sem um sorriso, talvez pensando o quanto gostariam de estar lá, participando.


Nos bares, todos levantavam, aplaudiam, gritavam, participavam, transformando numa festa, nossa passagem.


A maior parte do trajeto continuou nesse mesmo espírito. Descemos a av. Angélica, depois alcançamos a Amaral Gurgel, pegando o Minhocão, no meio dos carros e por incrível que pareça, como muitos pensariam, não atrapalhamos, dividimos e compartilhamos.

Muitas buzinas, e de novo, gente aplaudindo, perguntando o que era aquilo, assim como tb, alguns olhando de cara feia... rs...difícil agradar gregos e troianos, não é?


Mas enfim, descemos o Minhocão e lá fomos para a praça da República, causando alvoroço, curiosidade e transformando a vida de muitos, numa coisa diferente de se ver.


Chegamos ao Marco Zero da cidade de São Paulo, depois, pátio do Colégio, Viaduto do Chá, Av. Ipiranga, São Luiz e um pedacinho da Augusta..

Enquanto a gente subia, um dos participantes da bicicleta, bateu na motocicleta de um dos policiais. Ali, já ficou um clima super tenso..


Apesar das desculpas pedidas, o policial desceu da moto, desligou, começou um bate boca, porém o pessoal do “deixa disso”, tanto do lado dos policiais, quanto dos bikers, teve sucesso.


Mais um pouco, entramos na Avanhandava. Nós já sentíamos o clima de tensão no ar, pois as viaturas de policia assim como as motos, entraram na rua acelerando muito e eis que ai, a confusão toda começou. Não há méritos em brigas. Temos somente perdedores.

De uma exposição que deveria ser linda, num domingo radiante, o que me vem à cabeça, são lampejos de pedidos vários, de calma por todos os lados... Os policiais nos xingando de f.d.p, completamente transtornados, spray de pimenta sendo lançados a esmo, cacetetes descendo em pessoas deitadas no chão.


Eu mesma, fui vítima no meio da história. Segurando a bike da Renata Falzoni, não tive tempo de tirar a minha própria bike, pois estava sentada nela. Quando percebi, levei uma porrada por traz.

Era uma viatura da policia, que, completamente desgovernada, acelarava cada vez mais, tentando me derrubar.... quanto mais eu tentava soltar a bike, mais xingamentos, mais horror. Quanto mais pedíamos calma, nós as mulheres, fomos ofendidas, uma das meninas, levou um tapa no rosto e ameaças de ser presa. Um policial veio, tirou a bike da rua, me empurrou para o lado.

A confusão parecia com aquelas que só vemos nos livros de história, quando a polícia montada e de choque, avançava contra os estudantes de maneira arbitrária, covarde.


Afonso foi levado, por 3 policiais e seguimos ainda meio estupefatos com tudo o que presenciáramos.... Paramos para beber água, e para nossa surpresa, chegam mais 5bikers e dizem que prenderam o Gustavo tb.

Ai doeu mais ainda.... Gustavo só queria juntar outros 2 bikers que haviam ficado para trás... Para que desse atentado ao pudor, os policiais rasgaram sua bermuda e o colocaram dentro da viatura. Os vídeos que alguns tiraram, mostram-no pedindo desculpas e os policiais batendo nele, com cacetetes.

Fomos todos os que presenciaram, os últimos atos, para a delegacia. A Laura e a Talita, ao chegaram lá, foram “convidadas” a entrar e somente lá dentro, disseram que

seriam autuadas por ato obsceno. Depois de chamarmos o advogado, e fazer todos os trâmites necessários, saímos da delegacia às 23.40 da noite.



A polícia despreparada, a multidão que de repente não tem como seguir padrão, acabam por fazer de um movimento único, uma escola para se pensar.

Estamos, alguns querendo ou não, numa democracia. Temos o direito de expor nossas idéias e sermos respeitados por isso. Temos tb o direito de fazer pacificamente isso e aprendermos com nossos próprios erros e assim, transformarmos o próximo WNBR num movimento de paz, de consciência, de confraternização com os motoristas, pedestres, motociclistas.....

Temos também que sermos como um bambu, que verga, porém não quebra... para a paz vencer a violência, a palavra branda ser mais forte que o grito daquele que não tem razão...

Assim a bicicleta conseguirá seu espaço e todos nós estaremos construindo um mundo um pouco melhor...


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