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Local: São Paulo, Sudeste, Brazil

Sou dona risada! adoro bike e apesar de mil caidas, ainda não desisti! Quero ficar bem velhinha, andando de bike, nem que seja de cestinha na frente. Adoro ficção e apesar disso tudo,sou formada em jornalismo. Tenho uma confecção de roupas para ciclistas e adoro fazer isso também.

29 junho 2009

PEDAL VERDE.... LUTO PELO NOSSO AR

No ano de 1554, após árdua conquista de lugar tão selvagem, nascia nossa grande cidade São Paulo de Piratininga.
Sempre fomos conhecidos não só pela coragem, como pelo amor à nossa terra.
Qualquer um que viesse, desde o início, seria bem vindo, se bem nos quisesse, expulso, se mostrasse intenção contrária.
Fomos pobres a ponto de não termos prisão, não ter carcereiro nem roupas para missa.
Fomos ricos em nossa miscegenação com o índio, onde aprendemos a amar e respeitar aquilo que nos dava alimento: a Terra e o que dela nascia, árvores frutíferas e sombreiras, legumes, flores, e água límpida de nossos rios. São Paulo hoje, não é mais aquela vila, não é mais a terra da garoa, nossa cultura intrinsecamente unida ao índio, hoje não passa de nome de ruas, estradas, bairros.....
Os índios não dizimados, estão pobres, sujos, isolados. E nos acostumamos a isso. Todos os dias, tornamos nossa maravilhosa cidade, que tanto acolheu ao homem, mais destruida, mais desrespeitada. Sem infra estrutura, sem consciência nós os paulistanos, somos os menos respeitados, pois nossas crianças já nascem com problemas pulmonares, e isso, é um braço cada vez mais longo. Agora, estamos enfrentando com tristeza, mais uma brutalidade que está ocorrendo em nossa cidade.
Com o objetivo de se aumentar em 25 km por hora, o tráfego das marginais, estão sendo cortadas árvores com mais de 50 anos, do canteiros centrais da marginal do Tietê. Algumas com a promessa de replantio, as mais antigas porém, ceifadas. Seringueiras, ipês, com apenas 10 anos de idade, todos tombados, com suas mortalhas de plástico negro, tampando uma vergonha, e onde existia uma extensa mata atlântica, um rio magestoso e canto de pássaros, hoje existem buzinas, cimento e um esgoto a céu aberto. Enquanto isso, a cidade que nunca dorme, pode mesmo perder não só o sono, como entes queridos, quando o rio receber chuva e não houver terra para beber o excesso desta água. A natureza não foi criada à compaixão do homem e ela saberá cobrar um preço alto, quando chegar a hora.

Mais enchentes, mais desmoronamentos, mais doenças...
Nesta não é a cidade em que eu quero morar. Ainda há esperanças... só não cruze os braços, una-os à pessoa ao lado, para que nossa força alcance, como as raizes das árvores, lugares profundos de onde tiraram alento para sobreviver até hoje, limpando o ar, enquanto, nós, humanos, lhes tiramos a vida em prol de uma coisa chamada progresso.

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