Minha foto
Nome:
Local: São Paulo, Sudeste, Brazil

Sou dona risada! adoro bike e apesar de mil caidas, ainda não desisti! Quero ficar bem velhinha, andando de bike, nem que seja de cestinha na frente. Adoro ficção e apesar disso tudo,sou formada em jornalismo. Tenho uma confecção de roupas para ciclistas e adoro fazer isso também.

06 janeiro 2007

DE MOGI À CARAGUATATUBA 130 kms de chuva!

Há muito tempo que eu não pedalava e isto já estava me dando nos nervos.

Dá um medo de não conseguir, de esmorecer nos primeiros quilômetros e não ter forças para terminar os últimos.

Fiquei pensando nisso e de repente lembrei-me de tantas aventuras pelas quais passei, aventuras e desventuras (rs) coisas que, se fosse hoje, talvez eu nem tivesse coragem! Bom, se é por falta de coragem, vamos lá!!!!

Eu e o Paulo havíamos planejado esta viagem há alguns meses e treinado um pouco.

- Vamos ver o que é que dá? Ele me perguntou e eu prontamente, respondi:
- Vamos, né???!!!!

Saímos na sexta feira bem cedo, rumo à Santa Isabel e lá descansamos até às 5.00 horas da manhã.

Pegamos um ônibus que nos deixaria em Mogi das Cruzes e de lá partiríamos rumo ao nosso destino.

Chegamos cerca de 7:30 e íamos pegar a estrada quando lembrei da encomenda que o Ricardo, irmão do Paulo, pedira que nós pegássemos..

Fomos à casa da namorada dele e pegamos.... uma cueca do São Paulo!!!!(time). O Paulo ria e xingava... pois a gente não sabia que era isso!

8:20 e enfim, bike pronta, cabeça feita, partirmos.

Passamos pela cidade e pegamos direção de Salesópolis.

A abundância de vegetação, o cheiro gostoso, o ar diferente, se faziam presentes.

Comecei a pedalar receosa e sugeri que comprássemos o meu remédio que ajuda a abrir brônquios e facilita a respiração.

O Paulo me perguntou se eu estava passando mal o que respondi que não, então, vamos deixar para comprar em Salesópolis, ... se vc. precisar... que tal?

- é isso ai, vou tentar.

De cara, teríamos subidas, meus quilinhos a mais, uma mochila com roupas para cinco dias.


Meu parceiro querido, resolvera ir com sua velha bike , pois em seguida, iria fazer uma viagem e tinha receio de que, com peças muito sofisticadas, talvez não tivesse bicicletarias à altura.

Foi, portanto, com bike de 18 kilos, seus kilozinhos a mais, 10 kilos de bagagem, incluindo ferramentas e uma vontade louca de pedalar.

Logo de cara, nossa diferença de pedal ficou hilariante. Enquanto eu pedalava 2 metros, ele, por sua vez, passava dos 4.

Eu, bicuda, falei que não conseguiria acompanhá-lo.

- Muda a marcha, coloca na maior, vamos ver o que dá.

Coloquei e para meu espanto, dava para ir tranqüilo. Mudamos de 16 por hora, para 20, na maior parte do tempo.

Lembram-se quando eu dizia que a descida para Caraguatatuba é a descida mais cheia de subidas que eu já vi na minha vida?

Pois é... continua sendo verdade!!! (rs)

Eu, ali, fazendo asfalto, pneu fininho, e tinha horas que a bike pesava. Eram 50 e tantos quilômetros, na estrada, e tudo muito plano. Eu pensava....

- Será que vai ser tudo assim? Tomara!!! Vai ver que por ser asfalto, não é como a estrada da Petrobrás, né?

E agente ia.... passava na frente de plantações e mais plantações, com aquele solzinho matinal, gostoso, pegando no rosto da gente.

Era quase frio! Que delícia! Mais estrada, pequena, gostosa, e as paisagens corriam como filme!

Uma pontezinha e eis que vejo um córrego limpinho e foi o meu primeiro contato com o rio Tietê! Barrento, forte, limpo e neném!!!

Antes de chegarmos à Salesópolis, há uma parte da paisagem cheia de pequenos lagos, lindo! Toda a paisagem fica refletida nele, pois é bem tranquilo, quase parado! São muitos mesmos e isto foi uma das coisas mais marcantes da viagem.

Passaram-se horas e a subida enfim começou. Era perto de meio dia, quando paramos para beber alguma coisa, o Paulo, garapa e eu, água!

Começou uma chuva fininha que mais veio refrescar do que outra coisa.

Passamos pelo portal e eu nem acreditava! Estava inteira, sem dores nas pernas, e pedalando sem parar!

Ainda tínhamos porém, cerca de 90 pela frente!

Paramos para almoçar. Antes, saímos da rota e subimos pela cidade, com seu calçamento de bloquete e suas casas antigas.

Chegamos ao restaurante onde comemos desbragadamente (rs) e saímos com uma garrafa de guaraná, semi tomada de 2 litros! Eta exagerados!!!!

Depois, estrada! Estrada! Estrada! Não víamos mais o Tietê, que eu pensava, iria nos acompanhar o tempo todo.

Começaram as subidas e eu lembrava, que, ao lado, estava a estrada da Petrobrás que tantas vezes fiz com o pessoal do CAB.

Ali, num asfalto gostoso, eu pensava... vai ver, é diferente! Talvez as subidas sejam menores ou quem sabe, inexistam...

Ledo engano! Só subida! Mais fácil por ser asfalto, entretanto..... subidas!!!

Será que vai ser a mesma coisa?????? E no fim, quando estivermos mortos... 14 km de descidas?? Dores nas mãos de tanto apertar os freios? Deus me livre!!! Claro, ele não me livrou, mesmo por quê ele sabia que lááááááá no fundo, era isso que eu queria!!!!

Paramos em um bar para perguntar quanto faltava: 33, não 35, não 39!!! (é Paulão) vamos deixar isso e continuar nossa peregrinação!!!!

E pedalamos! Puxa, ainda bem que a gente gosta disso, senão, poderiam nos internar.

Daí, para piorar, ou melhorar, sei lá, a chuva começou! Fininha, intermitente, e eu lá, devagar pedalando! Enquanto isso, o Paulo, super mais rápido, ia, subindo e ao final, me esperava.

Passamos por pontos tão altos que podíamos ver casinhas pequenininhas, gado que mais parecia feito de plástico, daqueles que a gente brincava quando era criança.

Um último barzinho a nossa esquerda, matou nossa sede! 3 garrafas d`água de uma só vez, um salgadinho e a pergunta clássica: quanto falta para chegar à Tamoios?
- 3 km no máximo!!! Foi só felicidade, né!!!!
Enfim, a placa: Tamoios!
Oba! Oba! Oba!
Só então, falei que estava cansada...

Vamos lá benzinho, (jeito legal, né?) Só faltam 30 agora!!!

Entramos na Tamoios, chuva intensa, movimento de carros intenso, cinza.... intenso! Eis que depois da segunda subida, o Paulo começa a gritar Yupiii! Vcs. não vão nem acreditar... Surge a nossa frente um mar de carros parados!

E o Yuppi do Paulo, era por quê a cara dos motoristas quando nos viam passando por entre os carros, era de verdadeiros homicidas!

Eles, parados há horas e a gente, brincando na chuva, passando rapidamente, sem nada para atrapalhar... quer mais?

Quiçá um tombinho para incrementar a história...? Pois tem! A Ira, esta que vos escreve, foi para o acostamento, cheio de verdinho, lodozinho, e quando voltou.... bumba! Caí... nada de mais... levantei e prosseguimos. Mais um pouco, entro de novo, o Paulo junto, ele sai e eu caio.... de novo! Fiquei P da vida, mas só raladinha básica, sem grandes problemas.

E então, começa a descida! Uauuuuuuuuuuu! A gente ia na maior gritaria, até filme, foto, tudo, nós tiramos. Terça feira eu coloco, pra vcs. verem!

De repente, um estrondo! Lá se foi o pneu do Paulo! Rasgou, sem eira nem beira! Câmara nós tínhamos, mas pneu? Quem vai imaginar? E assim, pensamos, terminou nossa descida... buá!!!!

O Paulo abriu um saco de azeitonas, sentamo-nos na guia, pra pensar o que fazer.... Bem, se não tem remédio, remediado está... Vamos empurrando....

Andamos uns 400 mt e o Paulo falou:
- Vou subir, o aro é de down Hill, vai agüentar!
- Simbora!!!!
E fomos, galera, pneu grudado no chão, descemos, a bike dançando na traseira que parecia concurso de dança e ele controlando a bichinha e mais peso e chão ensopado, escorregadio!

Aquilo sim, era aventura!
A chuva apertou! Fiquei receosa, com aquela bike dançarina na minha frente, aquela descida de exatos 16 km cujos 8 primeiros nós já havíamos domado... mas tinha o restante e então, dois anjos da guarda apareceram e nos ofereceram carona.

O trânsito descia vagaroso, agora, com uma pista a mais liberada.

Os dois amigos cariocas estavam indo para Angra, levar o barco que era carregado por um caminhão. Eles saíram do carro para nos ajudar a colocar a bike na caçamba, nos deram água e foram mais do que simpáticos!

Nos acharam um casal completamente louco e nunca iriam fazer aquilo! Demos risada.

A roupa começou a ficar gelada e grudenta no corpo. Os pés cheio de terra preta de asfalto, pó, areia, coçavam e incomodavam até não poder mais!

Fomos conversando e o tempo passou rápido. Logo na entrada de Caraguá, nossos valorosos amigos nos deixaram e mais uma vez, pegamos a bike para terminar em grande estilo nossa última viagem do ano de 2006.

Chegamos, a família inteira nos recebeu!

Louco pra cá, louca pra lá, entre muitas risadas e muitos parabéns, entramos, enfim, na casa, para tomar aquele banho revigorante, comer alguma coisa e ao final ter o descanso do guerreiro, como todo biker que ser preza deve ter!
Ufa! Enfim.... SOFÁ (rs)

Super beijos

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Nossa!! Como você escreve bem! Dá um prazer de ler sua história. Genial!

27/1/07 11:24  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial