Pernas prá que te quero!!!
Pernas prá que te quero!!!
Querem saber? Não acredito mais!! (hehehe) Todos os passeios do Olavo, são tranqüilos e na estrada... mentira!!!
Lá em Joaquim Egídio entramos numa fria fantástica! Caminho sem volta, aranhas em torno de árvores, assustador!
Assim como a vida, trilha no meio do mato é sinal de desconhecido, aventura, perigo, emoção, superação e êxtase.
Ponto final. O que teve dessa vez para ter tudo isso? Imaginem uma trilha com 42 pessoas. Isso já é alucinante! Segundo, 2 guias ... ufa, ainda bem,... pois nós fomos a turma que nos perdemos com o segundo guia!
Uma região totalmente desconhecida (e teria a mesma graça se fosse diferente?) e um tempo entre nublado, com extratos cúmulos (será??) e com um chegada à cidade, em meio a um temporal! Teve gente que dali já voltou....
Eu estava de carona com o Vila e chuva nunca o assustou... (nunca encontrei nada que o assustasse para falar a verdade!!)
Os guias eram da cidade mesmo e daí soubemos que iríamos fazer a trilha do sofá.
Sofá.... tranqüilo, deitado... gostoso, macio....eta ... ledo engano. Era um despenhadeiro, onde alguém não sabendo o quanto acaba com a natureza, simplesmente jogou um sofá lá...
Galera, não dava pra descer.... a não ser alguns malucos, entre ele o Paulão, que pacientemente, esperou todo mundo passar e depois se despencou lá de cima... o louco... bom, entramos por uma porteirinha e seguimos em frente. Nada muito quente, então ... adorável... Fomos um pouco e eis que aparece o que já havia sido dito no e-mail: . “ai ter uma subida de 500 mts onde todo mundo vai ter que empurrar...”
Eu, empurrei e mais uma galera... alguns outros, subiram, bufando, gemendo, mas subiram!
Logo, entramos por uma trilhazinha pequena, cheia, carregada, com uma quantidade de mosquitos incomensurável!!! (no me moleste mosquito,) e os bichos nos devoravam, caso andássemos devagar, ou respirássemos ou se estávamos vivos! Para compensar, os cheiros eram muito bons. O mato recém molhado, vistoso, tinha cheiros conhecidos e desconhecidos: doces, acres, terra, alguns tão marcantes que, , até agora, está ainda retido no meu nariz.
Logo que chegamos a uma encruzilhada, o guia percebeu que a turma se dividira. Ficamos esperando por mais um tempo, perto de uma cachoeira, onde, a bem da verdade, fui uma das poucas que me esbaldei. A água forte, fez massagens nas costas, nas pernas e nos braços, revitalizando-nos a mim e mais outros 3, que corajosamente resolveram entrar.
Depois, subimos e entramos num outro caminho. Segundo o guia, o Loran nos encontraria na outra cachoeira.
Seguimos. O caminho lindo, um dos poucos em que dava para pedalar. Num trecho, ao invés de entrarmos à esquerda, seguimos pela direita e lá foi o guia, correndo nos trazer de volta.
Apesar da bagunça, estava tudo uma delícia! Quem quer comodidade, que fique em casa, né?
Bem, nisso, comecei a ver uma aguinha. Mais forte um pouquinho, mais forte ainda... e de repente, estávamos nós, no meio de um rio, pequeno, porém caudaloso, forte, que chegava perto da coxa da gente.
O casal “Elvis não morreu” , tirava fotos, segui em frente e o rio, aumentava. Bem mais pra frente, era difícil segurar a bike e se manter em pé. O Rio puxava, com uma força que, se enfiássemos o pé em um buraco, com certeza, cairíamos. Tive que carregar meu neném! Mais um pouco, o Paulo me ajudou, o guia me deu a mão, para alcançar em segurança, “o outro lado do rio” . Chegamos. Parecia que tínhamos pedalado durante horas e ainda nem sabia o quanto a gente tinha pedalado, pois o meu cat eye, tinha quebrado. Perguntei para um dos meninos, quanto andamos... ele, sorrindo, com cara de zombeteiro, falou, 11.600!
- Mentira, cara! Não é possível!!
Mas era! Subimos, empurrando a bike, pois esta parte da trilha, era feita de leito de rio, manja aquelas pedras, cheias de musgo, verdes, íngremes e pontudas, que fazem sulcos na terra, cheias de areia?
Pois é, multiplica por 2 e vc. terá nosso cenário!
Subimos, subimos, subimos, empurramos, empurramos e empurramos. Chegamos à cachoeira onde deveríamos nos encontrar com o segundo grupo.
Espera, que espera, fui até lá em cima, junto com o Vila, enquanto uns comiam, outros descansavam, outros, ficavam absortos só olhando a paisagem (Sérgio) e o Paulão caia de novo na cachoeira, com capacete, óculos e sapatilha!
Eu e o Vila descemos, enquanto o guia foi olhar se dava pra gente passar pelo rio, ou se a gente teria que voltar pelo mesmo caminho.
Claro que teríamos que voltar tudo, pois o rio estava cheio demais, bravo, forte e com muita correnteza!
Na volta, encontramos o pessoal perdido, sem a bike. Todos tinham deixado pelo caminho, para subir andando, conhecer a cachoeira e depois voltar!
Bom, subimos na bike e seguimos, às vezes descendo, pois as pedras realmente estavam muito escorregadias.
Atravessamos o rio novamente, agora não tão grande e nem tão cheio, quase voltando a ser uma estrada novamente. Alguns passaram por ela a toda, ignorando a água. Nós chegamos à parte com terra e ficamos esperando numa encruzilhada.
Mais um pouco e chegou o Loran e nos indicou um caminho que é o sonho de todo biker que quer passear! Deu pra ir, brincando! Mas a gente estava simplesmente pregado! Muito cansado!
Chegamos ao asfalto e eu só sonhava com água fresca.
Mais um pouco de asfalto, alcançamos os carros. Alguns já estavam lá. Mas eram 4 horas da tarde.
Começamos o passeio, por volta das 10:00 horas da manhã! Parecia que eu havia pedalado mais de 100 km! E isso, por quê não tinha sol!
Depois, fui perguntando pra galera quanto que eles tinham pedalado e a maioria respondeu.... 40% !
A chuva, sem dúvida, foi dessa vez, uma grande inimiga, porém a gente nunca deve deixar de esquecer que vamos em busca de aventuras e isso representa às vezes, uma roubada!
Não foi nossa primeira, nem será nossa última!
Nosso espírito ansia por estas empreitadas pois elas fazem com que nos sintamos vivos e respeitemos cada vez mais a mãe natureza que designa o que quer independente do que nós queiramos!
Viver assim é uma dádiva, que, sinceramente, eu espero poder repetir, por muitos e muitos anos!!
Super beijos
Ira!
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