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Local: São Paulo, Sudeste, Brazil

Sou dona risada! adoro bike e apesar de mil caidas, ainda não desisti! Quero ficar bem velhinha, andando de bike, nem que seja de cestinha na frente. Adoro ficção e apesar disso tudo,sou formada em jornalismo. Tenho uma confecção de roupas para ciclistas e adoro fazer isso também.

07 abril 2006

Uma leve trilha em Joaquim Egídio (rs)!!!!

Mais um sábado chegando e uma nova proposta estava animando o grupo. Dessa vez, iríamos nos dividir pois cada um queria fazer um caminho e nada melhor do que a democracia para prevalecer. Então, os kamikazes resolveram fazer 55 km em Joaquim Egídio e outros 35 lokobikers também em Joaquim, porém, segundo o Olavo, bemmmmm mais leve.
E foi ai que começou a nossa desventura... ops, digo, aventura!
Quem foi nosso guia novamente: o Olavo 2, sempre sorrindo, nos levando pela estrada a fora, num plano que enganou todo mundo (rs).
Depois de alguns km, viramos à direita, pegando uma estrada-parque, toda arborizada, cheirosa, agradável e fácil. Tudo de bom! Afinal, era o passeio light do Olavo. Pedimos ao Daniel para contar quantos éramos e a conta, bonitinha, deu 35 bikers, saindo do restaurante Paraíso.
O adiantado da hora nos fez pensar que realmente a melhor escolha fora esses 35 km pois JOaquim realmente é uma das trilhas mais pesadas que temos. Fica ali, perto da região de Morungaba, território de subidas e mais subidas.
Quando terminou o passeio pela floresta, o João 2 gritou para virarmos à esquerda e vimos ..OBA!! uma subida tranquila. Fomos subindo, subindo, subindo, e quanto mais a gente olhava prá cima, mais subida tinha. Víamos os mais afoitos, os mais preparados, os mais louquinhos, passando pela gente e se distanciando cada vez mais. Logo, éramos uma minhoca enorme, enfeitando aquelas paragens com cores multicoloridas, decorando mais ainda a paisagem bucólica.
Mas a subida continuava. Algumas dava para ir na coroa do meio, outras, a bike ficava tão pesada, que subíamos uma marcha para dar uma compensada. Logo, os grupos foram afinando-se, porém ninguém parava e as razões eram lógicas. Passava das 10 horas e o sol começava a pegar, depois, se a gente pára no meio da subida, fica um ó, para continuar pois dá a sensação de que a perna esfria.
Pelo radinho, sabíamos que o grupo estava todo mais ou menos ali.
Logo, a primeira mensagem veio que a Carmen estava com problemas para engatar a marcha. E lá foi ela, bravamente, só com a coroa do meio, subindo, o que no meu cat eye, marcavam 6 km ininterruptos de subida.
Parar, não dava, mas a risada entre a galera, era eco da piada que todos faziam... olha o passeio light do Olavo. Quando ele disser que fará um difícil, eu não venho!!! e como todo mundo estava lá prá se divertir, até com erro, a gente brinca mesmo.
Quase no topo, escuto o Daniel contando, 22, 23,24... Eram os bikes sendo recontados.
Quando chegamos ao final da subida (Uau!!! nem acredito) a gente nem acreditava. Larguei a bike no chão, sentei um pouquinho, bebi água e ficamos ali, até juntar a turma toda.
Nisto, passa um senhor e fala que acabou de socorrer um biker que caiu, machucou bastante o braço e ele o levara para a cidade. Ficamos todos preocupados, pensando ser alguém da outra turma. Não era. Mas sempre é um biker a menos em nossas trilhas, não importando quem seja, né?
Este era o pico da estrada e logo nos foi mostrada uma maravilhosa descida infindável, coberta de muito verde, fazendo túnel com sombras que refrescaram até a a alma.
Todos soltamos os freios e descemos qual loucos, claro que uns mais loucos que os outros, né, e depois daquelas descidas adrenadas que a mão chega a transpirar, paramos numa encruzilhada.
À esquerda, com mais um subidão de tira a respiração, tinha o caminho que nos levaria para um single maravilhoso, curtinho, que desembocaria numa estrada secundária, terminando no bar do Vicente onde o restante da turma nos encontraria.
Claro que eu queria fazer um single, claro que segui com eles e junto, mais 16 louquinhos , subimos, subimos, subimos, até chegar à uma porteira do lado direito, que, abrindo-a nos levou a um campo aberto muito bonito. Fomos pedalando, o terreno ficando cada vez mais difícil, cheio de pequenas armadilhas de erosões.
Dava para pedalar? dava... porém com todo o cuidado, um pequeno erro e pumba... alguém ia para o chão e foi assim com o Caruso, que bateu a costela no chão e ficou ali, lívido, esperando um pouco, a dor passar.
Após alguns minutos, nosso bravo amigo levantou-se e continuou. Agora, o mato já ulttrapassava nossos joelhos e uma pirambeira cheia de pedras, interpôs-se em nossa trilha.
Descemos da bike e o José Maurício, pedindo prá comprar um terreno, continuou em cima da bike, por meros metros, pois logo ele caiu de bunda no chão. Acho que o único que conseguiu seguir foi o Danilo, por experiência e sorte mesclados!
De repente, todo mundo pára. A gente só viu o nosso pequeno Ary (1.95 de altura) com um pedaço de galho, fazendo movimentos em círculo no ar.
-Qué que passa por aí, Ary?
- Aranhas! Dúzias delas, grandes, gordas, encarapitadas em suas teias que pegavam de um extremo ao outro da "single" e, nosso bravo Ary, abria um buraco prá gente passar. Passamos, o braço do João todo lanhado pelos espinhos e inúmeros machucados nas pernas também.
Daqui há pouco, cadê a trilha? Trilha no meio do mato, é igual futuro. Sempre incerto! Ninguém sabe onde vai parar. O João ainda falou... Pô, tinha aqui, era uma trilha, dava prá seguir, tranquilo! Eles, João e Olavo 2 foram na frente para somente descobrir que estávamos num mato sem cachorro. Literalmente! (rs)
Resolvemos todos voltar um pedaço, mesmo por quê o rosto do Caruso demonstrava dor, enquanto ele, sempre dizia que estava super bem.
Voltamos e logo que um celular deu sinal, o João ligou para alguém e pediu que preparasse três jarras de limonada e falou que nós iríamos para uma fazenda bem perto dali.
Passamos por dentro de um condomínio lindo, lindo e no finalzinho, mais uma descida, daquelas longas, onde nem é preciso pedalar durante um tempão. Deliciosamente eu, Miki, Olavo, Caruso, Ary, fomos descendo. Íamos vendo os louquinhos descendo a mil, mas cada um descia em seu próprio ritmo, pois até para descer, vc. precisa conhecer a si e à sua bike.
Quando chegamos ao final, faltavam 4, esperamos, eles apareceram, e, numa bifurcação daquelas de interior, viramos à direita e continuamos.
Faltava pouco para alcançarmos a sede da fazenda, e eu, o Maurício e o Caruso, paramos um pouco, para ele poder descansar. Nisto, chegam mais três incluindo o João que nos falou que a sede estava há um kilometro dali. Isto nos deu mais energia e fomos adiante.
No final de uma estrada linda, esta parte de Joaquim Egídio eu não conhecia, ficava a pequena estrada que nos levaria até a fazenda. Esta merece uma descrição meticulosa. O sol a pino fazendo a sombra das árvores fazerem desenho em cima das águas do rio, uma natureza preguiçosa, com pouquíssimos pássaros cantando e algumas cigarras ziziando embaixo daquele céu totalmente azul. Imagine com isso, sombras fazendo túnel, cheiro de terra úmida e ... lírios, iguais aqueles que a gente só vê na mata atlântica. Ali, o cheiro adocicado, o barulho suave do rio, a calma e o som do pedalar da gente, naquele terreno. Quer melhor? Mais uma descidinha e nos vemos na entrada de uma casa antiga, com grandes portas largas, janelas baixas, pintadas de azul, batentes largos que combinavam com as cerâmicas trabalhadas no chão. O cheiro da comida do fogão caipira, entrava pelo nariz, nos remetia à casa dos avós, no interior de São Paulo.
Ao chegarmos à cozinha, ainda tinha uma enorme jarra de limonada, com bolo!!!
Tomamos, descansamos, agradecemos à generosa recepção e ali, nosso amigo Caruso, parava a pedalada pois a costela doía bastante. Junto com ele, ficou o Mauro, que também achou que era hora de parar a pedalada.
Saímos, nos despedindo da paisagem, das pessoas e do cão da casa, um bicho enorme, feliz e tranquilo!
O restante do pessoal já estava no restaurante, no mínimo, e a gente ainda precisava de uns 10 km para chegar ao encontro deles.
Agora, o que a gente via era subida e o que sentíamos era o sol, batendo nas costas. Poucas sombras e menos ainda descidas.
Fomos andando pela estrada até a hora em que pegamos o asfalto. Dali prá frente, mesmo com as subidas, tinham trechos de retas muito gostosos e mais ainda retões. O vento brandindo no rosto, foi revigorando aos poucos até que, por algum tipo de encantamento, do lado direito, apareceu o restaurante.
Fomos os últimos a chegar, de toda a galera que havia se separado, porém, de todos, aqueles que mais se aventuraram, e tiveram histórias para contar, foi sem dúvida nenhuma, daqueles que se meteram numa enrascada e tanto, ou seja, nós mesmos! (rs)
Bem, não há quem não se recupere depois de um bom almoço.
Feijão com tranqueira dentro, bife e arroz soltinho... ah!! fala a verdade... é tudo o que a gente merecia e foi com a barriga repleta, o corpo cansado e a cabeça viajando por tudo o que havíamos feito, que pegamos a estrada para enfrentar outro tipo de desafio, que encontramos todos os dias a entrar na nossa mata de concreto cinza, que de lá do meio da estrada, visualizamos ao chegarmos em nossa cidade...

Participantes : Olavo, Caruso,Daniel Jimenez, Ira, João 1, João 2, Mauro, Carmen, Miki, Cecília, Iara, Maurício, Danilo, José Augusto, Ary Perez, Lian, Sergio Santoro, Wellington, Yasmin, Rudolf, Junger, Juliana, Horácio, Tonico, Ton, Cris, Ricardo Carpinetti, Fernando Nehr, Gilda, Gustavo,Piacchia 1, Beco, Fabiano,

beijos!!!

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